PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Entrelinhas



ENTRELINHAS

O verso entra em reverso,
provoca comoção...
espalha-se num alvoroço,
desliga os fios razão.

Sob as vestes da poesia,
que traz no bojo ousadia,
se esconde um prazer que seduz...
Encanta, arrepia, amolece
e alicia.

A intenção é cela sem grades,
aprisiona as vontades,
desmonta a sensatez...
Revela a preferência,
corrompe a inocência,
pecado sem nudez.

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