PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 19 de abril de 2014

Bafejo poético



 BAFEJO POÉTICO



Na distância que se traça entre as linhas de um verso,
há sempre um suspiro que enlaça os pontos...
Serpenteando trilhas imagináveis que percorrem o céu,
estrelas acendem o infinito.
Um solfejo do vento nos ouvidos do tempo,
Toque de ternura...
Semeadores de poesia, pássaros e borboletas
sopram segredos ao alvorecer...
Asas de sonhos alçam voo na aurora,
espalham no jardim da alma um aroma outonal.

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