PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 27 de abril de 2014

A poesia das palavras



A POESIA DAS PALAVRAS

Palavras são pincéis...
Desenham e pintam a tela que nossa inspiração cria.
Noutras vezes são olhos, mãos e bocas...
Buscam, lambem, afagam e acariciam.
Palavras são notas musicais...
Dançam na partitura dos versos,
marcados pelo sustenido das rimas.
Tocam os recônditos das emoções,
misturadas nos risos e lágrimas.
Palavras são como a fome...
Mexem, inquietam, desesperam,
na ânsia de ser saciada.
A palavra funde-se com a alma...
Transforma-se em suspiros, desejos, anseios.
Revela-se nos gestos, na língua do corpo,
até virar poesia.

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