PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 31 de maio de 2014

AUTÜMUM



AUTÜMUM
São dias de outono...
A alma se reveste de melancolia,
folhas esparramadas ao chão,
espalham suspiros de nostalgia.
Tempo de transformação.
Sonhos pedalam entre as sendas
dos bosques espirituais,
buscam refúgio no sossego.
Outono é tempo de colheita...
Nuvens esparsas se formam no peito,
brotam lágrimas amenas,
aguando o solo para renovação.
Às portas do solstício,
Um vento frio soprará
pelos parapeitos...
Hibernação.

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