PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Cura

CURA

Sou aquela que provoca teus delírios,
Fonte de inspiração...
Mar onde navegam desejos,
Porto de ancoragem do tesão.

No vão das coxas, abriga-te...
Cúpula vulcânica na medida exata
onde teu calibre se encaixa.

Fervor da santa e malícia
da puta... Sem disfarces,
fêmea absoluta.
Cadência nas ancas,
Indomável potranca,
Em teu cabresto alazão.

Nossas línguas em espiral,
Lambem lábios, sugam prazer...
Boca lasciva, profundo grotão
Onde deságua torrente seminal.

Sou teu leito navegável sem pejo,
A vela que flameja no mastro
Insólita loucura, pecado sobejo...

Sou teu êxtase, promessa pagã
O elixir pra tua febre terçã

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