PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

A ilusão da poesia

A ILUSÃO DA POESIA
Minha poesia é uma janela de frente pro mar...
Os versos saltam o parapeito
Brincam na areia, beijam sereia,
Fazem cantiga com o marulhar
Minha poesia é uma janela ventilada...
No sopro da inspiração, versos criam asas
Sobrevoam madrugadas, despertam a passarada,
Vestem-se com as cores do arrebol
Minha poesia é uma janela sem grades...
Os versos inventam amores, exorcizam as dores
Fazem rimas de felicidade
Minha poesia é uma janela de ilusões...
Sorrisos em versos são catarse
Banhados de lágrimas e sangue
Escoam pela sacada pra esquecer
a realidade  

Um comentário: