PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Um poema amanhece

UM POEMA AMANHECE...

Numa cama de flores
Amanhece um poema vivo
Talhado com as rimas dos
Beijos de ontem...
Um poema de versos sedosos,
Esparramados sobre a maciez
Dos lençóis de cetim...
Numa cama de flores
Amanhece um poema encarnado
Marcado com os vestígios da
Paixão de ontem...
Um poema desnudo,
De rubras metáforas,
Encharcadas pelos fluidos
Dos amantes...
Numa cama de flores
Amanhece um poema singular
Inspirado pelas promessas de ontem...
Um poema perfumado com
Gotas de lirismo, encantador
Escrito com a tinta indelével
Do amor... 

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