PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quarta-feira, 4 de julho de 2012


UM POEMA ABORTADO

(By Me)

Esse é um poema à toa
Medíocre e sem valor
Não rima amor com dor
Não é uma elegia nem loa

Um poema sem rimas
Sem métrica e sem porte
Nada tem de magia
Sem perfume ou fantasia

Um poema sem traço
Sem abraço e sem recato
Insosso e maltrapilho

Um poema assim, arredio
Sem garra e sem fome
Completamente vazio

Poema sem voz e sem cor
Sem malícia e sem frescor
Um poeminha sem classe
Sem beleza, um desastre

Um poema sem nome
Sem berço ou identidade
Um poema qualquer

Tão sem inspiração
Estranho, inacabado
Um poema abortado

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