PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 9 de setembro de 2012

 POESIA FALSA
 (By Me)

Bebi na taça de tua poesia
Como um vinho da melhor safra
Muitos sonhos, deleite e magia
Guardados em bela garrafa

Arados em longínquo vinhedo
Versos feitos para embriagar
Sempre envolvidos em segredo
Cada linha um convite a brindar

Fim de festa, a bebida azedou
Vinho falso, no chão derramou
Quebrou-se a tua bela garrafa

Versos vazios de sentimento
Da tua poesia levada ao vento
Só restou um´amarga ressaca

Um comentário:

  1. Uma festa com vinho de boa qualidade.
    Bebeu, cantou e dançou enquanto a festa durou.
    Porque será que deixou esse vinho azedar?

    O final da poesia não se enquadra com a beleza da primeira parte.

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