PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012



 O RELÓGIO E O SONHO

Há quem não goste dos relógios; na verdade, esse é um artefato desagradável, pois está sempre marcando o tempo, nos lembrando da hora e de algo que precisa ser feito. Relógios apressam, coagem, e vivem nos roubando momentos preciosos.
Há aqueles que precisam do tic-tac para embalar a caminhada, na espera das próximas horas que virão; uma garantia de que sempre haverá algo novo na nova hora.
Minha visão do relógio é mais poética:
Sonho com um relógio que marque a hora de dois, que caminham juntos, compartilham juntos, desejos, vontades, sonhos, que voem juntos.
Ao som do tic-tac, que pode ser melodioso, sem a necessidade de representar marcação de horas ou tempo.
Mas sim o prazer de se estar junto, comungando, espaço, momentos...
Um compasso de uma dança suave, envolvente, onde o tempo passa sem que ambos de deem conta, pelo simples prazer de estar junto.
Um sonho, certamente...
Um relógio sem tempo, bonito...é meu sonho.

 (By Me)


Um comentário:

  1. Cara Beth.
    Vi sua palavra no Recanto das Letras e hoje tive a oportunidade de conhecer o seu blog.
    Parabéns!

    ResponderExcluir