PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Encontro na poesia



 ENCONTRO NA POESIA
(By Me)

Um coração triste e vazio
À mercê da ingrata solidão
Vagava nas noites de frio
Beduíno errante, sem direção

Sonhava esse pobre Orfeu
Com um amor de outras vidas
Ostentava a tristeza como camafeu
No dorso muitas marcas feridas

Esse Pierrot maltrapilho
Morava no seio da poesia
Despia-se nos versos, o andarilho
O pergaminho era sua fantasia

Um dia nas rimas de um verso
O amor enfim aconteceu
Numa conspiração do universo
O encontro esperado se deu

Hoje esse menestrel sorri
Nos acordes de sua lira
Ouve-se uma melodia feliz
Reluzente como uma safira

No jardim de nossa poesia
O amor enfim floresceu
Embalados nessa magia
Sonhamos juntos: você e eu






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