PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 10 de novembro de 2013

A vida é um moinho

A VIDA É UM MOINHO

A vida é um moinho...
Gira com o tempo, tritura o bruto,
armazena em silos,
espalha pelos campos
para além da eternidade.
Observa os ventos...
Rodopiam, assoviam canções,
lamentos, causam devastação.
Ventos movem moinhos,
transformam dores e mágoas
em sementes do amanhã...
Nada é definitivo.
Águas são  benditas e
correm como o tempo...
Os temporais sempre passam.
As mesmas águas que encharcam,
inundam e arrastam,
movem o moinho...
Marés que enchem têm sabor
do sal precioso.
A vida é um moinho...
Tritura sonhos, reduz a pó.
Faz o pó de adubo para
semear novos sonhos no
solo da esperança...
O futuro é agora.
 O que foi não mais será.
É certo:
Águas passadas não
movem moinhos...


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