PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 30 de novembro de 2013

Ilusões Naufragadas



ILUSÕES NAUFRAGADAS


Desfeitas as ilusões,
a alma agoniza e sucumbe,
desarvorada...

O peito se debate,
submerso no salobro das lágrimas,
naufragado de amor...

No vão da mórbida solidão,
a razão eclode como um grito surdo
e tripudia...

Entre as densas brumas
que escurecem o brusco despertar,
a vida segue trôpega...

Uma azáfama desesperada
de encontrar a panacéia
para as chagas que sangram...

Um comentário:

  1. Boa noite Beth, a nossa vida é a resultante de incansáveis buscas e tropeços, permeados por alguns acertos, rs ,parabéns pela seu contundente poema, um grande abraço, MJ.

    ResponderExcluir