PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Insólita Boemia


INSÓLITA BOEMIA


Ébrio de amor,
Esgueiras-te pelas vielas
Afogado no silêncio que grita
Nas entranhas da noite


Entre sussurros insanos
Numa loucura desvalida
Te fartas solitário
Nos braços da boemia

Enquanto eu,
Aqui distante de ti
Desejo-te em devaneios
A açoitar-me o corpo, nu...

Um comentário:

  1. Que boêmio se faz acompanhar noite a dentro por pessoas que não sejam doidivanas? A boemia só se faz acompanhar da imprudência e deixa o açoite da solidão campear os domínios da verdadeira paixão, que aguarda, até que alguém a guarda.

    ResponderExcluir