PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

NO CALOR DE TEUS VERSOS


NO CALOR DE TEUS VERSOS
Nas linhas de tua poesia,
Vou sutilmente caminhar.
Deitar em teus versos,
Sem pudores, me esbaldar...
Me atirar em tuas ondas,
Em teus desejos me banhar...
Vou mergulhar,
No infinito de teu mar,
Em teus anseios navegar.
Beberei de tua fonte,
Até me embriagar.
Nas teias de tuas rimas,
Sentindo-me emaranhar.
No calor de tua fogueira,
Em teus braços, vou dançar.
Em tuas chamas lascivas,
Deixarei, com prazer,
Meu corpo todo queimar.
Na pujança de tua pena,
Minha ânsia saciar...

Um comentário:

  1. Seja, pois, ela desafaimada
    adurida pela chama que te toma
    alambicada por verbos e provérbios
    de algum poeta desencaralhado
    que te conquista à base da pena,
    tinta e papel, que tal cinzel
    malhado pela paixão,
    esculpe teu desejo
    sem comiseração.

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