PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Estopim



  ESTOPIM

No embalo
não calo, afago
falo

Malícia desliza
no talo,
aflito no atrito
 
Suspiro, vontade
anseio latente
indecente

Sem calma,
papila saliva
lasciva

Furor que
arranha,
artimanha

Tensão precipita
da entranha

 Explosão
Tamanha!

Um comentário:

  1. Que tudo abocanha!
    E não há façanha ou manha, sequer barganha, que apazigue tal sanha, mas eu, aqui, me valho de champanha, folhas e ervas de ossanha... E ninguém me apanha!

    ResponderExcluir