PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Inesperado

INESPERADO
(by me)



Quem é você...
Que chegou do nada
Sem hora marcada
Numa noite estrelada

Quem é você...
Que me desconcerta
Deixa-me em alerta
Numa praia deserta

Quem é você...
Que mexe comigo
Procura abrigo
De um jeito atrevido

Quem é você...
Que me arrebata
De uma forma insensata
Encanta e seduz
Como uma serenata

Você...
Atiça e me agita
Deixa-me aflita
Meu ser enfeitiça


Você...
Faz-me suspirar
Sonhar, delirar
Querer e desejar

Você...
Com seu jeito assim
Um mistério sem fim
Tomou conta de mim

2 comentários:

  1. Há pessoas que simplesmente chegam e se instalam assim como um posseiro nos nossos espaços vazios. Cabe a nós descobri-las, senti-las, torná-las parte de nós. Não o nós “presença”, mas o nós “noite estrelada”, que mesmo a milhares de anos- luz, habita nosso interior. Para esse “nós” não há distância cuja a pujança da imaginação não ultrapasse e cause desenlace que só o tempo dirá a duração, mas que para sempre deixará a emoção de um dia ter sido pensada.

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