PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

VESTÍGIOS DA PAIXÃO

(By me)


Um raio de sol invade o quarto
E se deita na cama agora desfeita
Entre travesseiros e lençóis de linho
O cheiro do amor exala sorrateiro
As peças de roupas espalhadas no chão
Denunciam a nudez antes explorada
Nas taças de vinho envelhecido
As marcas do batom bordô
Contrastam com as últimas chamas
De uma vela docemente perfumada
O silêncio no recinto vazio
Cala agora os ruídos da noite
Que no auge da sua escuridão
Abrigava os sussurros do cio
Entre as paredes da alcova
Os vestígios da paixão consumada

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