PALAVRAS SINGULARES

São palavras jeitosas, formosas, inteiras.

Sem sentido, sem juízo, sem valor.

Faceiras, brejeiras, até corriqueiras.

Palavras intensas, carentes ou contentes.

Indecentes, inocentes, contingentes.

Trazem riso, pouco siso, alegoria.

Palavras de fé, de magia, de folia.

Fazem chorar, descontrolar e lamuriar.

Falam de amores, de dissabores,

exaltam as dores.

Palavras alegres, cintilantes, efusivas.

Verdadeiras, sorrateiras, benzedeiras.

Palavras que excitam, incitam, ousam sonhar.

Assim como falam, se calam.

Suplicam, replicam, explicam.

Palavras perdidas, inventadas...

De enfeite, deleite, um falsete.

Palavras tão belas, palavras de fera.

São palavras singulares,

São palavras de mim.

quinta-feira, 19 de abril de 2012


ALMA DE POETA

Suave como a brisa

Leve como o beija flor
Linda alma faceira
Tem a face brejeira
Um sorriso no olhar
Às vezes se veste de dores
Se alimenta de amores
Exala aroma de flores
Tem lampejos de loucura
Quando sente amargura
As palavras endurecem
Retesadas no papel
Com um toque de doçura
É rebelde, caprichosa
Muitas vezes vaidosa
Seu fraco é a insensatez
Na primavera floresce
No inverno costuma hibernar
Na aragem do outono  
Parece se desfolhar
À espera o verão
Uma alma cintilante
Seu coração é amante
De paragem inconstante
Tem as cores da paixão
Seus desejos são latentes
Explodem em letras ardentes
Como as lavas de um vulcão
Uma alma sem idade
É amiga da saudade
E uma aura de bondade
Navega por todos os mares
Frequenta muitos altares
Como se fosse oração
Avessa às forças do mal
Caminha no vendaval
E baila no carnaval
Canta versos de elegia
Disfarçados em fantasia
Embalada em magia
Canta rimas de alegria
Conhece as dores da morte
E os caprichos da sorte
Entende a linguagem dos sonhos
Vive em busca das estrelas
Que brilham no firmamento
Brilha como a luz do sol
Parecendo um girassol
Embelezando o jardim
Alma aventureira
Vez em quando faz besteira
Mas sem medo de errar
Tem candura de criança
Jamais perde a esperança
De um dia ser feliz
Guarda tudo na lembrança
Uma eterna aprendiz
Alma que não mede o tempo
Seu coração é um templo
Que abriga muitos mistérios
Andarilha de tantos caminhos
 Essa alma é um pergaminho
Que somente a poesia
Tem o dom de decifrar


(By me)



Um comentário:

  1. Espetacular o seu labor poético confeccionado e publicado "ut
    supra". uma delícia... voltarei sempre. Lhe sou muito grato pela
    a assiduidade no meu espaço. Um abração fraterno.

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